segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Estação Central - VII

-Onde estou?
-Alice acalmasse, fique deitada... Você passou mal, chamamos o médico para examina-la - Diz Luis.
-Eu estou bem, não preciso que nenhum médico me examine.
-Precisa sim, já é a segunda vez que passa mal...
-Não! Já disse que não quero ver médico nenhum!
Luis fica em silêncio por alguns instantes, espantado com a reação de sua amada.
-Tem algo que você queira me contar Alice?
-Por que acha que tenho algo a dizer, não tenho nada a dizer!
-Alice, porque está gritando?
-Você está me irritando!
Alice tenta se levantar e novamente fica tonta, Luis a segura e a deita na cama.
-Acalme-se, você precisa de um médico sim e não vamos discutir sobre isso, sei que passou muita coisa mas eu estou aqui do seu lado.
-Eu sei...
Alice o abraça e alguém bate na porta, Luis atende e o médico entra.
-Então mocinha, vamos ver o que você tem
O medico pede para ficar a sós com Alice, uns 20 minutos depois ele sai do quarto. Olha seriamente para Luis e pede para falar com ele em particular.
-Diga-me doutor o que ela tem? -Filho, você sabe quem essa moça é e a história dela?
-Sim senhor.
-Sabe que ela já sofreu um bocado?
-O que o senhor está dizendo?
-Vocês estão noivos ou algo assim?
-Eu a pedi em casamento.
-Bom muito bom.
-Mas o que diabos isso tem com a doença dela senhor!
Luis se irrita.
-Ela não está doente filho, está grávida.
-Como, mas nós... –Luis para um instante, ele não teve relações com sua amada, então só lhe resta uma opção. –De quanto tempo senhor?
-Um pouco mais de um mês.
Como ele temia, o filho era de João, fruto do horror que ela passou com o primo, como ele ia dizer a ela. Ele respira fundo, tenta por um ar menos apavorado no rosto.
-Obrigado Doutor, o senhor já contou a ela?
-Ainda não.
Então deixe que eu conte, deixe que eu conte do nosso filho para ela.
O Médico sorri, Luis sorri pra ele e eles se despedem. Ele vai ate os padrinhos de Alice diz que foi somente um mal estar, aproveita e conta-lhes que está prestes a se casar com sua afilhada, que logo chegará convites e que aguardará em sua mansão a presença do casal. Eles ficam muito felizes.
Na manhã seguinte ele vai ao encontro de Alice no quarto, ela ainda esta dormindo, ele a observa durante algum tempo, enquanto traça toda a sua vida ao lado de sua amada, arquiteta tudo que fará para protegê-la, jura a si mesmo que jamais a deixar sozinha, e que principalmente, aceitará a decisão dela, seja qual for, sobre a sua  gravidez, se ela desejar fazer um aborto ficará ao seu lado, mas se ao contrário, decidir ficar com o bebê, ele o criará como seu, e o protegerá com a vida contra qualquer mal.
-Luis, a quanto tempo você está aí?
-Você está melhor?
-Sim...
-Preciso lhe contar algo, mas primeiro levante se troque, depois falamos.
Ele vai se levantar da cama e Alice o segura pela mão.
-Eu sei.
-Como?
-Estou grávida, eu sei.
-O médico lhe disse?
-Não, um pouco depois que houve o incêndio, minha regra não desceu, então desconfiei, mas agora já tenho certeza.
-O que pensa em fazer?
-Talvez você não apoie...
-Eu sempre vou te apoiar
-Não seria capaz de fazer um aborto, seria um assassinato, isso é contra as leis de Deus, essa criança não tem nada com isso.
-Concordo.
-Talvez... -Alice se aproxima de Luis. - Talvez eu queira ter esse filho... É a única família que me restou.
-Não, não a única, você tem a mim, aos meus pais, os seus padrinhos, somos uma família, e amor, não importa as circunstâncias que essa criança foi gerada, se você é capaz de ama-la, eu também sou, eu vou cuidar e protegê-la junto de você.
Alice sorri emocionada. Luis se ajoelha aos pés da cama, tira de seu bolso uma pequena caixa com um anel e entrega a Alice.
-Você quer se casar comigo meu amor?

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