na encharcada
olha Vítor e antes que saia algo de sua boca seu telefone toca, o toque de
telefone é de Elena ligando.
-Você não vai
atender antes de responder. –Diz Vitor.
-Mas é a
Elena.
O telefone
continua a chamando, ela o retira do bolso e fica olhando pra Vítor enquanto
atende.
-Filha a mãe
já está chegando.
-Não é a
Elena tia, é a Amanda. - Diz a menina com voz de choro.
Ana se
assusta, solta a mão de Vitor.
-Amanda
aconteceu algo com a Elena? Aham, sim, to indo para casa meu anjo, se acalme.
-Oque houve
Ana, Elena está bem?
-Não ela
desmaiou! Amanda não consegue acorda-la.
Os dois
correm em direção a casa de Ana, ao chegarem tem uma ambulância que a amiga de
Elena chamou, Ana vê a filha na maca e se desespera.
-Minha filha,
onde vocês estão a levando.
-Calma
senhora, tu é a mãe? – Pergunta o enfermeiro.
-Sim, eu
posso ir junto?
-Pode sim
entre na ambulância.
Ela olha para
Vitor que está apavorado, ela faz um sinal com a cabeça para que ela vá
tranquila, a ambulância sai. Ele leva Amanda em casa e se dirige ao hospital,
no caminho liga para Julio e avisa, quando chega ao hospital vê Ana
transtornada, fumando, sem saber o que fazer.
-Ana, os
médicos disseram algo?
-Não, estão
lá dentro com ela e não me dizem nada... Ela nunca ficou doente, nunca se
internou, nunca passei por isso, o que eu faço meu Deus?
-Calma, eu
estou aqui com você, eu estou aqui.
Ele a abraça
a leva para dentro e aguarda até que Julio chega com a esposa, os quatro ficam
por cerca de 1 hora sem informações de Elena. Até que uma enfermeira chama os
pais até a sala do médico. Os dois entram apavorados.
-Doutor como
a Elena está?
-Agora está
bem, ela está com anemia, bem profunda diria.
-Anemia? Mas
ela come bem, se exercita, que estranho...
-Senhora, ela
tem tido febre, fadiga...
-Bom ela anda
cansada nos últimos meses, mas é normal, fim de ano, final de campeonato de
vôlei também, não é?
-Claro. Bom
eu gostaria que a senhora a levasse para fazer alguns exames laboratoriais de
rotina, principalmente um hemograma, só para termos certeza que está tudo bem,
ok?
-Claro, ela
vai sair do hospital quando?
-Ainda hoje,
lhe passarei uma dieta e amanhã a senhora a traga para começarmos os exames o
quanto antes, estarei de plantão o dia todo.
-Está certo, obrigada.
Eles saem
mais tarde com Elena do hospital, ela está muito sonolenta e chega e vai direto
para o quarto dormir, Ana se senta no sofá, pensativa enquanto Julio faz um
chá. Vitor senta-se ao seu lado, põem o braço em torno de seus ombros.
-Você está
bem?
-Porque ele
pediu um hemograma?
-Ele disse
que é um exame de rotina.
-Vitor, ele
está desconfiado de algo, acho que nossa filha está doente.
-Ana, eu sei
que você está preocupada e te entendo, mas ficar pensando no pior não vai te
ajudar em nada.
-Eu sei, mas
ele não estava tranquilo quando falou comigo, parecia desconfiado e não quis me
falar.
-Claro que
não, imagina, se ele não tem certeza não pode nos apavorar, por isso os exames,
e se depois não é nada? E ele já nos matou de susto? Tem casos que levam um
médico a um processo você sabe disto.
-Ai, eu sei,
só estou preocupada.
-Você quer
que eu durma aqui com vocês hoje?
-Você se
importa? Você tem uma reunião amanhã.
- É só a
noite, e vocês são mais importantes, qualquer coisa, peço pra Fabia desmarcar,
explico o caso, eles vão compreender, todos tem família, filhos...
-Que bom que
você está aqui, de verdade.
-Assim que
passar tudo isto, você tem uma pergunta que, não me respondeu, eu vou cobrar
esta resposta, mas depois.
-Claro, eu
prometo.
Eles se
beijam, Bruna e Julio observam.
-De alguma
coisa este mal estar da Elena serviu amor. – Diz Bruna
-Vou falar
com a pequena pra ela começar a desmaiar mais vezes.
Os dois dão
gargalhadas, logo se despedem e vão pra casa. De manhã bem cedo Ana, Vitor e
Elena vão para o hospital e começam os exames, encontram com o médico que pede
urgência em todos, depois de horas no hospital o doutor chama os pais de Elena
em sua sala novamente.
-Sente-se, fique
a vontade.
-Como foram
os exames, correu tudo bem né? – pergunta Ana nervosa.
-Bem senhora,
olhei cuidadosamente os exames, pedi a colaboração de outros colegas para
analisarmos com muito cuidado antes de definirmos um diagnostico.
- E?
-Verificamos
um aumento no baço da Elena e também um aumento das células imaturas, também
conhecidas com blastos.
-E o que isto
significa doutor, nós não entendemos? – Indaga Vitor.
-Infelizmente,
sinto em dizer que sua filha foi diagnosticada com um tipo de câncer, chamado Leucemia
mielóide crônica.