quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

6) O Encontro - Suitan



-Naquele dia a Mestre passou muito angustiada e pensativa, um lemuriano diferente de você e dos outros do seu grupo, veio e lhe falou algo em particular, depois de alguns minutos a Mestre pediu para acompanha-la.
-E oque aconteceu aonde fomos Malinton?
-Fomos a Terra, a onde ficava seu continente natal, lá uma grande reunião com 21 lemurianos acontecia, ao nos aproximarmos eles se afastaram e apenas 1 lemuriano ficou, identifiquei que pela postura era algo como seu mestre, ainda não o conhecia. Ele me olhou, falou telepaticamente com você e nos dirigimos á um pouco mais adiante, paramos em uma plataforma próxima á um vulcão. Vou lhe mostrar para que compreenda melhor a cena lembrando-a.
Malinton tocou meu ombro, entrei em algo como um vórtice, vendo várias coisas sem sentindo e me identificando com algumas passagens minhas em vidas que havia tratado em regressão, parei bruscamente na cena que ele havia dito, como espectadora me vi, e a todo o resto. Me vi tão claramente como vejo a água, o sol, a terra, mas uma simples espectadora apenas.
Me aproximei (eu digo, como era na forma lemuriana) do meu mestre junto ao pleidiano. O mestre olhou no fundo de minha alma e disse.
-Já a tempos penso em como progredir como você e infelizmente chegamos ao ponto que não temos como agir mais.
-Como assim? - Eu retruquei.
-Nos últimos anos vejo dia a pós dia a sua tentativa sem sucesso de evolução, milhares desta raça sendo sacrificados pelo seu capricho, e nada tenho feito, conversei com os 21, todos concordaram com a minha opinião. Este projeto acaba aqui, esta raça não será sacrificada e assumira um novo projeto.
-Como assim, quer agora que eu pare, mas eles estão indo tão bem?
-A que custo Jedna? Quantos mais quer que morram em suas mãos, isto deixou de ser um projeto, uma tentativa de inclusão, virou um massacre.
-Não é verdade, eles estão indo bem, sei que perdi alguns, mas todos são cientes dos riscos e ninguém me pediu pra parar.
-Estou mandando parar, imediatamente, eles estão sendo informados neste momento sobre o regresso ao seu mundo original, e você nada pode fazer.
-Não é justo, dediquei anos a isso, nós dedicamos, eu não vou falhar.
-Entenda... Você já falhou.
-Não eu não falhei! – Disse aos gritos ao meu mestre. -Você e os 21 estão enganados, e muito, pra mim isto não é um projeto, uma experiência, este povo confia em mim, são plenamente cientes de tudo que faço e de nossos esforços, não abandonei meu planeta, minhas tradições, minha família pra vocês simplesmente acabarem com tudo por medo, por que são velhos e descrentes que possamos fazer diferença com a nossa tecnologia, que desenvolvemos aqui.
-Basta Jadna, isto está passando dos limites, não ouse me desafiar, ou vai imediatamente para isolamento, passará 70 mil anos aguardando no exílio, e perderá seu conhecimento.
-Não, chega, estou cansada de vocês e destas regras, eu lutei muito, abdiquei de muito e estou disposta a morrer, a ir ao isolamento se necessário, você me ensinou a lutar pelo que acho certo e defender minhas ideias, por isso também me confiou este projeto por saber que só eu e minha equipe seriamos capazes de realiza-la.
-Eu me enganei!
-Não, de forma alguma, você só deixou de acreditar, números não são a única coisa neste mundo, a matéria aqui é diferente e existem formas de trabalha-la, eu já mostrei isto a vocês todos, várias vezes.
-Você será punida por isso!
-Me puni então, me exile, mas me prove que estou errada antes.
-Você já perguntou a eles se estão sofrendo com este massacre, que estão sentindo, você está pondo em risco toda uma espécie por birra!
Malinton se aproxima de meu mestre.
-Se me permite senhor, sim, a resposta é sim. Ela se perguntou e também nos perguntou, inúmeras vezes, sofremos não vou mentir muito na verdade, mas se o senhor pode observar, nosso sofrimento é diferente dos seus, não sofremos por que morremos, ou voltamos, enfim não sabemos o que acontece realmente, mas, sofremos ao vê-la, desesperada todo os dias em tentar, as vezes sem sucesso, sofremos em vê-la, nos olhos dela, a dor que sente quando vamos embora, não sofremos por nossos irmãos, acredito que eles vão nos encontrar novamente, um dia, distante, mas um dia. Estamos aqui por que ela nos fez acreditar que valia a pena, e sinceramente senhor, o seu julgamento é errado e repugnante.
-O que? – Disse meu mestre surpreso. -Repugnante? Seu povo está morrendo!
-Não, estamos certos que não é o fim, mas a oportunidade de recomeço. Ela é o motivo de nos esforçarmos tanto, a luta dela deveria lhe inspirar também, você perdeu a fé com erros repetitivos, ela aumentou a dela, porque acha sempre que está perto da resposta, e sempre está. O senhor está errado e deveria ter vergonha de desistir da sua própria criação, física e tecnológica. O senhor já viu a equipe dela? Incansáveis é a única maneira de descreve-los, eles não param nunca, não descansam, e sei que logo vão conseguir, é questão de tempo.
Meu mestre olha para nós boquiaberto, bravo e espantado.
-E sua equipe, se falharem, todos serão exilados. – Diz friamente olhando pra mim.
-Eu digo por todos, não vamos desistir e nada do que nos disser irá nos desmotivar.
-E não vão mesmo. – Diz uma voz feminina de fundo.
Olho para identificar se conheço, uma mulher se aproxima, mais velha aparentemente que o próprio mestre.
-Suitan, o que veio fazer aqui, precisa descansar.
-Não preciso, na verdade começo minha missão agora. –Diz ela sorridente.
-Como assim Suitan, o que está me dizendo. – Indaga o mestre.
-Eu ficarei responsável de agora em diante por Jadna e seu trabalho, eternamente. Ficarei ao lado dela auxiliando, observando e lhe garanto, se eu perceber que não tem mais como levar isto à frente, eu encerro por definitivo. Certo?
-Mas senhora, sabe que se fizer isto sairá de seu alto cargo...
-Não vim a este planeta para reinar, vim para evoluir, devia ter mais confiança em sua criação. Está decido, não estou lhe questionando minha opinião.
O mestre olha para baixo, faz um sinal de sim com a cabeça. Suitan me olha, sorri docemente, aquele sorriso me enche de esperanças, e Malinton eu e ela voltamos. Assim como volto para o agora, de volta a cidade de Malinton e os seus.

-Nossa Malinton, eu os enfrentei?
-Sim, bravamente, entende por que admiramos tanto a sua existência? Você não desistiu de nós, um povo inteiro desistiu, mas você não. Por isso pra nós é um grande professor, um Mestre.
-Queria ter aquela força.
-Minha querida você tem, só não a usa sem necessidade.
-Sim, o que aconteceu no meu retorno?
-Esta é talvez a parte mais dolorosa a lhe contar.
-Por quê?
-Ao voltar expos a situação aos lemurianos, mas ao meu povo apenas disse que era um engano do conselho e que estava tudo resolvido, pra que não nos preocupássemos isso sem saber que nossa comunicação é direta, o que um vê, todos veem.
-Hum, isto não sabia mesmo, mas o que foi tão doloroso?
-Sua equipe, ao contar o que aconteceu. Os 50 viraram 47, 3 de seus projetores não concordaram com sua posição e se viraram contra a senhora. Sofreu muita com a perda, mesmo sabendo que eles estariam bem, passando a trabalhar em outra equipe, sentiu-se fracassada com aqueles 3.
-Estranho, estou sentindo isto agora.
-Não sinta, nem sempre pode evitar que tomem o lado oposto ao seu. E também eles decidiram por que assim como seu mestre, não tinham fé.
-Então somos 47 ou os substituí?
-Imagina, a senhora não permitiria jamais que seus lugares fossem ocupados, como dizia... sim, “a postos na vida que jamais serão substituídos, como mãe e pai, você no fim, só pode ter um de cada”. Assim seguiu em frente e logo conseguiram um grande sucesso.
-Sério qual?
Descobriu que com um aparelho poderia identificar o momento exato que fossemos como você mesma falava, destituídos do corpo. Este aparelho é posto na nossa centelha, neste lugar que os humanos chama de coração, e que só conseguem ver uma luz. Este aparelho identificava segundos antes pela intensidade energética que descarregávamos quando destituiríamos, assim armavam uma rede eletromagnética e fazia um hiperbárica, toda nossa energia ficava presa na hiperbárica e não sumíamos, como de costume. Depois ao passar de uns séculos, vocês descobriram como reverter o processo, infelizmente com isto perdíamos uns dos corpos astrais que vocês criaram para a adaptação nos corpos terrestres, e acabamos perdendo memórias que tínhamos antes de vir para cá, demorou um bom tempo para que conseguíssemos reestrutura-los e passarmos as lembranças novamente para seus sistemas, mas com a ajuda de todos conseguimos, á alguns que continuam em processo de desentubação das hiperbáricas. Mas é processo demorado, e com a sua tecnologia, logo traremos todos.
-Nossa quanta informação, mas me orgulho profundamente desta evolução.
-Eu sei, assim que conseguiu, praticamente esfregou na cara do conselho seu sucesso.
-Típico, eu sempre fui meio convencida. –Dou uma risada. –Mas e aquela mulher? A Suitan, oque aconteceu com ela?
-Você não sabe?
-Não, não faço a mínima ideia?
-Estranho você a olha todos os dias, a chama de Raio de Sol.
-Eu só chamo a minha filha assim... Não espera um momento está me dizendo...
-Sim, ela é um espírito ancestral, chegou antes de você aqui, muito evoluída, sempre que reencarna ela nasce, ora como filha, ora como mãe ou irmã, mas sempre a acompanha, observa e auxilia, muito. Por isto a tua ligação e sintonia com ela é diferente do que você vê com outras mães e filhas.
-Não sei agora se fico assustada ou orgulhosa?
-Sinta-se orgulhosa, sua força lhe deu tantas coisas, inclusive uma melhor amiga, eterna.
Acordo e respiro fundo, olho para minha filha e a abraço, tão pequena e ao mesmo tempo tão grande, eu sempre soube que ela era muito mais velha espiritualmente e mais evoluída, mas, saber da verdade foi chocante, eu que já a admirava agora a idolatro, pelo risco que foi a situação imposta e pela coragem que teve para proteger o que eu e minha equipe acreditávamos. Aquele dia sorri muito, foi gratificante saber que eu havia lutado com tanta bravura e fé, só me perguntava uma coisa, por que hoje eu tinha tão pouca força e talvez até fé?

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Pose pra foto!


Já pensou em tudo que já conquistou até aqui? No quanto ainda falta? Alguma medalha? Quantas fotos no mural?
Eis uma triste constatação: além de ti mesmo (e talvez a tua mãe), ninguém mais ficará sinceramente feliz pelas tuas conquistas.
A feia e grande realidade é que os outros, em caso de prosperidade tua, gostariam de estar no teu lugar ou, caso impossível (e mais feio ainda), que pelo menos tu não estivesse lá, no mais alto lugar do pódio. 

Chato, não?
Pobre talvez?

Humano. Simples assim. É isso o que somos até então.

Grandes de espírito são aqueles que sentem prazer com o “progredir” do próximo.
É algo muito trabalhoso (e talvez além do alcance) reconhecer o mérito de alguém. Dar aquele abraço sincero de parabéns. Por vezes, parece que o parabenizado está em chamas. O tal cumprimento não dura mais de 3 segundos. Dura?
Caso conheça alguém que partilha do doce sabor das tuas conquistas, não deixe que se afaste. E melhor: prestigia as vitórias dele também. Afinal, a consideração está em forte processo de extinção desse planeta. Conservar o que ainda existe é mais que uma obrigação.
Corra com quem corre do teu lado.

Conhece-te a ti mesmo. No final das contas, tudo aquilo que merece ser teu, mais cedo ou mais tarde, será. Se já não é.
O universo só conspira a teu favor se assim o desejar. A força pra chegar ao teu objetivo vem exatamente de dentro de ti. E o reconhecimento pela vitória também de lá deve vir. Viva em paz contigo mesmo e com os troféus que ostenta. Blinde-se.
Olhar pra dentro e dizer: “eu consegui” é muito gratificante, e esperar pelos parabéns alheios não vale todas as tuas fichas. Bata palmas pra quem merece, mas não espere grandes plateias nos teus shows.
Nem todos são mães. 
 
 
 
 
 
uns caras de sorte