quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Estação Central - Parte VI

-Não esperava a encontrar na cidade, a última notícia sua eu tive era que estava na Europa. –Luis se levanta para cumprimentar Vivian.
-Cheguei a menos de uma semana.
-Vejo que os ares de lá lhe fizeram bem, está de bom humor...
-Impressão sua, meu humor está como sempre.
-Ai meu deus...
-Então como anda a vida? Já achou alguma trouxa para enrolar?
-Não fale assim, nunca a enrolei, sempre fui sincero.
Vivian dá uma gargalhada:
-A sim claro, desculpe, eu que me iludi e fiz expectativas bobas, não faça piada dos meus sentimentos Luis!
-Jamais ousaria, mas você sempre soube que não era meu interesse ter algo sério com você!
-Seu grosso.
-Sou sincero, sempre fui, e você não se faça de santa, por favor?
-Ok! Mas me diga quem é a mocinha que esta pra cima e pra baixo com você? Desde que cheguei só ouço falar disso, você já disse do fantasma pra ela?
Luis ficou em silencio.
-Diga Luis, falou que procura outra e que nunca vai ama-la de verdade?- Vivian o olha no fundo dos olhos. - Não me diga que... Não, não é possível?
-Sim é possível sim!
-Então ela existe, ela é a desgraçada que tirou você de mim?
-Não fale assim dela, ela nem sabe que você existe!
-Mas vai saber, pode ter certeza!
Vivian sai furiosa
-Vivian! – Luis grita
Mas ela da às costas sem olhar para trás.
Mais tarde na mansão dos Furtado, Luis termina de arrumar as coisas para a viajem e vai ao quarto para verificar se Alice esta bem:
-Meu amor, tudo bem com você? Partimos amanhã de manhã bem cedo, espero que esteja tudo pronto, Alice? Meu deus Alice?- Luis corre Alice esta próxima à cama desmaiada, ele a desperta.
-O que aconteceu?
-Eu que te pergunto o que aconteceu?
-Eu estava penteando os cabelos... Acho que fiquei tonta...
Meredith entra no quarto aflita.
-Meu filho, acontece algo, ouvi seu grito?
-Alice estava desmaiada, chame um medico mamãe.
-Não precisa. -Diz Alice. –Deve ser este calor, na minha cidade é sempre mais amena a temperatura, não estou acostumada.
-Tem certeza meu amor?
-Claro preciso apenas dormir um pouco e logo estarei melhor.
-Então dormirei aqui com você querida- Diz Meredith. –Assim fico mais tranquila.
Alice concorda, todos se recolhem para dormir. Pela manha logo cedo Alice e Luis, junto ao advogado da família, parte em direção a cidade de Alice, depois de uma viajem cansativa eles vão direto resolver  a questão da herança. Resolvido o assunto Alice diz a Luis que gostaria de passar uma noite na cidade no hotel de um conhecido, Luis concorda, pois ainda está preocupado com a sua saúde, na chegada ao hotel:
-Com licença, o Sr Hairton, diga que é a Alice, por favor.
-Você conhece os donos Alice?- Pergunta Luis.
-Mai s do que possa imaginar.
Após alguns minutos de espera, uma senhora e um senhor vem correndo ao seu encontro .
-Alice minha querida nem acredito!
-Dona Rosa, Sr Hairton! Que saudades que eu estava de vocês.
-Minha querida Alice, filha, nos estávamos tão preocupados, onde você esteve todo este tempo, mandamos uma pessoa atrás de você na capital pra ver se te achávamos e nada. – Disse Dona Rosa.
-Estou bem não se preocupe, eu precisava ficar um tempo só, afastada de tudo isso, mas vim resolver assuntos de negócios, por isso vim ao hotel, falar com o senhor padrinho.
Luis olha assustado.
-Claro minha filha no que eu posso ser útil? – Pergunta Hairton
-Primeiro, eu deixei o Vinhedo aos cuidados do caseiro que já administrava a maior parte de tudo mesmo.
-Sim, sim, ele esteve aqui a alguns dias querendo saber se sabia noticias suas, inclusive trouxe o dinheiro que das vendas e não sabia o que fazer com ele, me entregou, esta tudo guardado no banco filha, não mexi em nenhum centavo do seu dinheirinho.
Luis e seu advogado se olham admirados, em que mundo estava em que existiam pessoas honestas daquela maneira? E Luis se perguntava como não sabia que ela tinha deixado tudo organizado, ela nunca falou nada.
-Então padrinho, contudo, meu pai sempre lhe confiou seus segredos, sua filha como afilhada, amizade, uma parte dos negócios...
-E tenho muita honra e orgulho filha. – Diz Hairton
-Eu sei, por isso venho lhe fazer uma proposta, o senhor sabe que apesar de conhecer bastante do negocio da família, me dói muito ficar aqui.
-Sim posso imaginar, mas o que você pretende?
-Quero que o senhor administre tudo, como meu sócio, a partir de hoje, o que o senhor acha.
Dona Rosa senta logo Luis e seu advogado também.
-Filha, mas você tem certeza, eu...
-O senhor conhece minhas terras como a palma de sua mão, ajudou meu pai a semear aquelas parreiras, ajuda todo ano nas colheitas, no engarrafamento, na contratação de pessoal, o que o senhor não sabe fazer, já é nosso contador, só que agora será seu também, tenho muito mais dinheiro do que eu preciso pra viver, e seu hotel também precisa de uma reforma, imagino que o dinheiro do vinhedo ajudara, em troca sempre que eu vier quero me hospedar aqui sem pagar nada heim?
-mas é claro filha você jamais pagaria em meu hotel – diz hairton com lágrimas nos olhos.
-Acidade está crescendo padrinho, logo começara a vir mais  e mais negócios pra cá, o senhor a madrinha e os seus filhos vão ter  um negocio seguro e rentável para todos, consequentemente eu também não é?
-Não sei o que dizer filha?
-Diga que aceita padrinho!
-Eu aceito filha, não pelo vinhedo, mas por você, pela confiança que está depositando em mim, se tem algo que eu, este pobre velho poderia querer na minha vida, é o seu carinho, já que eu e a velha não tivemos uma filha mulher, sabe que você é a nossa menininha, sempre será.
Hairton abraça Alice, Dona Rosa Abraça os dois, Luis e seu advogado se admiram, o advogado de Luis cochicha em seu ouvido.
-Espero que essa menina saiba o que está fazendo, acaba de herdar uma fortuna e está dividindo com um velho.
-Fique quieto, o senhor não é pago pra dar opiniões, mas sim pra fazer o seu trabalho quando lhe for solicitado.
-desculpe senhor
Luis olha Alice, acaba de descobrir o quão generosa Alice pode ser, sabe que ela pode estar fazendo uma loucura mas sabe que ela deve ter passado o ultimo mês pensando na melhor alternativa para os seus vinhedos e que acabou juntando o útil com o agradável, mas mesmo assim ela é surpreendente, de repente enquanto ele está viajando em seus pensamentos.
-O quê? Como assim?
-Sim filha, João esteve aqui uns dias depois que você partiu, ele não estava na casa, parece que quem estava era o Damião que tava na cozinha.
-Não pode ser, não pode ser...
-O que foi Alice, de quem vocês estão falando? – Pergunta Luis
-João, meu primo, ele não morreu no incêndio.
-Como assim, você ta dizendo que aquele primo o que...
-Isso, ele mesmo.
Alice corre para os braços de Luis.
-Mas meu deus filha achei que ia ficar feliz que seu primo ta vivo. – Diz Hairton.
-Ela tá seu Hairton, é só... A emoção da noticia, não é Alice? Alice?
Alice desmaia novamente...

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