quarta-feira, 21 de novembro de 2012

5) O Encontro - Malinton


-Seja bem vinda Mestre. – várias vozes disseram juntas – enfim você chegou.
Cinco seres, por volta de uns 2,50cm de altura, braços e pernas muito compridos, tronco mais curto, mãos com dedos largos, olhos, nariz e boca pequenos, não tinham orelhas, mas rostos e crânio largos, a pele num cinza muito claro quase branco, conseguia ver parte de suas veias e alguns órgãos, pois suas peles eram muito finas e delicadas, quase transparentes, e em seus peitos no lugar onde ficaria o coração uma luz muito linda, transpassavam muita bondade em seus rostos. É estranho narrando, mas vendo acreditem, são seres maravilhosos.
-Meu Deus, vocês são... Lindos.
Todos sorriem, o mais alto se inclina em minha direção fica com o rosto dele a um palmo do meu, me assusto. Com o dedo indicador dele, toca o meu ombro direito abaixo do osso da clavícula. Sinto uma leve dor aguda que se esvai em poucos segundos. O observo.
-Eu mestre? Que absurdo.
-Sim mestre. –Diz muito calmo – Você veio para descobrir o porquê, vamos contar Mestre. Chamo-me Malinton, estes são Uon, Zunt, Uinton e Sirit. Somos os representantes, como vocês dizem em seu mundo, os líderes de meu povo, mas nós mesmos não nos consideramos assim, apenas representamos a maioria.
-Entendo.
-Chegamos numa embarcação a 73 mil anos atrás, os ancestrais de seu planeta nos receberam, sua filha hoje era um deles.
-Nossa eu não imaginava.
-Sim, você estava na Equipe de Desova com ela, mas era mais nova neste mundo. Viemos em grupo pequeno, o menor que já chegou aqui, partimos de Pleiade em 100 mil, chegamos em 94 mil.
-O que aconteceu no caminho?
-Nossa raça é sensível, alguns não resistiram, não sabemos ao certo, como não temos conexão com Plêiade não sabemos se conseguiram regressar, se morreram... É uma incógnita.
Engoli seco, enchi os olhos d’agua como se tivesse sentido a dor deles da perda, alguns segundos de silêncio e voltei a questioná-lo.
-Porque equipe de desova?
-Quando chegamos ficamos 10 anos em órbita para nos acostumarmos com os gases do planeta, apesar de virmos em espírito, até hoje, sofremos com os gases, não somos totalmente compatíveis, vocês, Lemurianos, criaram ovos, câmeras hiperbáricas, ficamos nelas para a faze de adaptação, 10 anos é o suficiente, depois vocês fazem a desova, tiram um por um e nos recebem em seu maravilhoso mundo.  Entendeu Mestre?
-Sim, mas porque você me chama de mestre?
-Sim achei que não se lembraria, quando foi feita a desova, em sequencia foi feita a seleção, seu líder a escolheu para nos ensinar, doutrinar, nos deixar aptos a este mundo, nos passamos a ser seus alunos, e você passou a ser nossa... Professora, logo, mestre, por favor, não se ofenda com a maneira que a tratamos?
-Bom, sendo por este motivo não tem como me ofender, eu só não compreendia, mas agora, é uma honra. Como foi que eu fiz isto, foi complicado?
-Muito, mas seu líder não podia ter nos escolhido mestre melhor, passamos por muitas etapas, longas, difíceis, algumas dolorosas, a senhora Mestre nunca desistiu de nós, por isso que ainda a seguimos, estamos aqui sempre.
-E vocês podem me contar como foi isto?
-Claro, logo depois da desova, eu e os outros 4 descemos sozinhos os restantes ficaram no +35 aonde é feita a desova. Chegando no 0, escaneamos todo seu mundo, menos de uma hora em seu planeta, perto de mais da superfície, começamos a nos sentir mal, a senhora percebeu que a superfície fazia mal para nós, era muitas alterações biológicas, físicas e emocionais, então criou isto, esta cidade. A Mestre e sua equipe em 3 dias fizeram este lar para nos, protegido por uma manta como a que vai proteger os centros no Umbral, jamais vista a não ser por Pleidianos e Lemurianos, outras raças mesmo que saibam que exista não conseguem ver ou saber onde esta. Desde então estamos aqui.
-Nossa, então tinha força nesta época, mas você disse equipe?
-Sim, vocês ao todo eram 50 lemurianos, muito fortes, grandes cientistas e persistentes, sem vocês esta raça não teria conseguido.
-Onde eles estão?
-Alguns estão encarnados, poucos na verdade, 7. Outros estão aqui, mas todos ainda a seguem fielmente, nunca deixou de lidera-los.
-Eu conheço alguns que estejam encarnados?
Malinton pôs o dedo indicador em meu ombro abaixo da clavícula, uma imagem em minha cabeça veio , mostrando-me os rostos.
-Faz sentido, isto é fascinante Malinton.
-Agora vá, amanha conversamos, eu prometo.
-Obrigada.
Acordei muito feliz e empolgada, parecia que a vida estava mais clara, tudo era mais interessante, fazia sentido, se havia um momento em minha vida que eu precisava chegar com certeza era este.
Na noite seguinte estava ansiosa para dormir, tive que usar de medicamentos, pois não conseguia conter a ansiedade e isto acabou me mantendo acordada até às 2 da manhã. Quando finalmente adormeci, despertei em meu sonho exatamente a onde estava na noite anterior.
Malinton estava sozinho, para de costas a minha frente, me dirigi até ele e perguntei sobre os outros, ele respondeu que estavam em missão, mas que ele sempre estaria lá. Estendeu-me a mão e caminhamos durante alguns minutos.
-Oque aconteceu depois que a cidade ficou pronta, Malinton?
-Começamos o trabalho Mestre, a senhora nos dividiu, sabe os peixes que andam todos juntos, e quando um vira todos viram?
-Sim.
-Éramos assim, você nos dividi, aos poucos, para nós não nos chocarmos, demorou até nós nos sentirmos seguros, imagine 94 mil, ate sermos seres independentes, foram anos terrestres. Mas o treinamento começo quando conseguiu nos dividir em grupos de 100.
-Porque?
-A senhora achou que já podíamos começar, e estava certa, se tivéssemos descido depois teríamos pulado etapas essenciais.
-Quais?
-Naqueles tempos, o planeta estava se adaptando e ainda era muito quente, os animais que temos hoje não são os mesmo de hoje, a Mestre achou que seria necessário estagiarmos no mineral e animal antes de testarmos a encarnação. Começamos a nos aproximar da natureza e seus elementos para aprender como funcionavam biologicamente este mudo, a senhora nos ensinou a manipular agua, terra, ar e fogo, com o tempo, nosso corpo foi ficando resistente e conseguiu sobreviver ao +7, um de seus cientistas descobriu que éramos basicamente de Éter, e poderíamos transformar nossos corpos em qualquer um dos outros elementos com muita concentração, treinamos muito e em alguns anos adquirimos força para controlar todos os elementos da terra, mas ainda não conseguíamos nos aproximar da superfície. Em algumas tentativas sua equipe nos levou próximo demais do mar, causando um grande maremoto, outra, passamos perto de um vulcão e este começou a cuspir lava, se estávamos perto de nuvens instáveis estas originavam grandes tempestades, o seu cientista que cuidada da parte mais matemática sugeriu dividir novamente em grupos menores, mas desta vez pegar um grupo de 100 e ir diminuindo para não sacrificá-los, depois de muito pensar, você me fez a proposta, meus irmãos concordaram. Durante dias todos observaram a sua experiência, primeiro 2 grupos de 50, depois dois de 25, a Mestre desceu com um dos grupos com muita cautela na superfície junto a grande parte do seu grupo de cientistas e 3 equipes socorristas do hospital, durante horas, meu irmãos andaram sobre seu mundo sem sentir absolutamente nada, depois de algum tempo a Mestre pediu para que 5 dos irmãos subissem com a equipe socorrista, ficaram mais algumas horas e depois mais 5 foram encaminhados com a outra equipe socorrista. Tudo sendo muito observado e cuidadosamente analisado.
-O oque foi descoberto?
-Depois de quase 1 dia terrestre, sendo que naquela época os dias eram mais longos, todos subiram. Vocês ficaram muito tempo sem fazerem testes e observando aqueles que tinham ido a superfície, eu acompanhei de perto, a descoberta foi muito interessante, nós Pleidianos temos uma energia muito diferente que qualquer coisa que vocês já haviam visto, não é muito intensa, provavelmente a atmosfera de nosso mundo suporta e em nosso mundo não nos afete em nada, mas em seu planeta os gazes funcionam de maneira estranha contra nós, quando estamos em grupos grandes é como se seu planeta começasse a nós combater, como um câncer, os gazes de seu plante são os anticorpos, assim fica mais fácil de explicar, vocês concluíram que a divisão poderia deixar-nos aos poucos despercebidos, e realmente, quanto menor o grupo, menos a chance de sermos afetados, pois é como se nossa energia se materializasse em vosso mundo quando chegássemos perto de mais da frequência da superfície, e este gás se torna venenoso, principalmente para nós mas também para quem nos acompanha, se estamos juntos nós além de nos intoxicarmos com nosso próprio gás ainda intoxicamos nossos irmãos.
-Por isso meu médium estava adoecendo e a namorada dele também.
-Exatamente, e assim, vocês criaram métodos, maneiras de nos separar, pois tínhamos muito medo de descermos sozinhos a superfície, somos muito inseguros até hoje sobre seu planeta, ele ainda é muito assustador, mas vocês criaram em volta de nós uma espécie de blindagem. Esta blindagem tem base nos elementos da natureza terrestre, foram anos de pesquisa mas finalmente deu cero, o problema é que até dar certo muitos de nós foram sacrificados, sofremos muitos, a Mestre e sua equipe também, então um dia a senhora foi chamada pelo seu líder, todos os laboratórios foram fechados. Sua equipe foi recolhida e outros vieram, informando que não haveria mais sacrifícios de nossa raça, que voltaríamos para casa em breve, e a senhora sumiu.
-Como assim, oque aconteceu?
-Posso faze-la lembrar, se assim desejar, eu fui com você.
-Por favor Malinton?

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