Eu não me lembro exatamente a quantos anos eu escuto este
nome mas deve ser de antes mesmo das minhas primeiras visões, gostaria de ter a
capacidade de projetar uma imagem para lhes mostrar o quão é lindo este lugar
mas vou tentar descrever.
Um grande hospital,
imenso, eu não sei na verdade quanto mede por que são vários e vários
complexos, um prédio central e 27 ao redor, muito arborizados, prédios com
vários e vários andares, dentro existem infinitas alas mas eu particularmente
ando em alas específicas e tenho adoração em uma em especial, a pediatria, no
Complexo 3, as vezes me dá tristeza profunda ao chegar porque chego junto com o
Recém Chegados, os que desencarnaram a pouco, eles vem muito ligados a ultima
vida e dependendo da maneira que morrem vem exatamente no estado que morreram,
eu não consigo lembrar em quantas alas se divide este complexo mas posso citar
algumas para vocês terem noção da dimensão, tem uma ala para cada tipo de
Câncer, já que cada um deles sofrem de maneiras diferentes e tem um grave
intoxicação por medicamentos, no qual tem que se desintoxicarem nos primeiros 6
dias de chegada, e ficam com crianças que passaram pela mesma doença por ser
mais fácil a compreensão. Tem uma ala para crianças que morreram de maneira
drástica, cruel, esta é a pior de ver, se divide em acidentes, violência,
assinadas pelos pais, tortura seguida por morte, pós guerra, afogados e aí por
diante, juro-lhe que de lembrar já tenho vontade de chorar, eles chegam muito
debilitados, quando morrem eles demoram a entender o desligamento da carne e
ficam presos as ultimas imagens antes da morte, isso quando não sentem dor, tem os que sentem muita dor,
até se desvencilharem da carne é muito complicado, pode levar meses, alguns
casos mais graves, induzimos ao sono, digo induzimos porque até então
trabalhava no hospital enquanto estava dormindo, sempre nestas alas e por isso
as conheço bem e trabalho com grupo de corpos.
Assim como este complexo recebe apenas crianças os outros
recebem adultos e idosos, mas de maneira separada e muito bem organizada,
existe a ala por exemplo de geriatria que só recebe pessoas que morreram por
morte natural, e acreditem esta é a menos populosa... eu poderia escrever um
novo livro sobre o alvorada e redenção primeiro porque me fascina, segundo
porque o conheço e conheço muitos que lá trabalham, quem sabe um dia. Mas a
partir do fim de 2012 ele deixa de ser como eu o conheço.
No meio de outubro mais ou menos, lembro-me de deitar para
dormir e como sempre me programar para ir ao hospital Alvorada e Redenção.
Assim eu faço a cerca de 10 anos, mais assiduamente nos últimos 2. Logo
adormeci e ao despertar no hospital notei que alguma tinha mudado, tem alguns
mentores que trabalham comigo sempre, uma é a Raikah, Lemuriana, albina, longos
cabelos ruivos e muito séria sempre mas também agradável com as pessoas, menos
comigo, sempre que pode me chinga, além dela Dra. Marina, especialista em
tratamento de corpos entende muito de aparelhos e cromoterapia, me ajuda muito
nos meus atendimentos, mas nunca vi seu rosto e nunca soube nada a seu
respeito, apenas que era médica do hospital e que trabalhava comigo, estas duas
sempre me acompanham nos trabalhos dentro e fora do hospital, e a Raikah
conversa muito comigo sempre, ela me aconselha muito no mundo físico. Neste
dia, percebendo que algo estava errado questionei a Raikah.
-Estranho, tenho a impressão que está um pouco vazio aqui
hoje, tem alguma coisa acontecendo?
-Tem sempre alguma coisa acontecendo.
-Está estranho.
-Você sempre foi observadora, começou o fim, preparasse.
-Como assim o fim? Que fim Raikah?
-De vez em quando eu me pergunto porque tu não pode ativar a
tua memória quando está aqui, seria mais fácil, principalmente para mim... em
que ano estamos?
-2012, espera aí você não está falando do apocalipse né?
-Qual a surpresa? Você lida com ele todo dia?
-Mas o mundo não vai acabar né?
-Eu tenho mesmo que te responder?
-Raikah?!
-Aham, vai vir um asteroide enorme e todos os seres vivos
vão serem extintos. – segundos de silêncio –Não, não vai acabar mas haverão mudanças,
várias, e você fará parte de muitas.
-Eu? Como assim?
-Acha mesmo que seu trabalho é só isto, quanto maior seu
poder maior sua responsabilidade, mas também maior sua recompensa.
-Poder, que poder Raikah, não fala besteira.
-Acha mesmo que um ser com tanta sabedoria nasce, liquida
carma até os 25 anos e depois não vai fazer mais nada?
-Olha até sei que sou um espírito bem velho, mas não me
lembro desta sabedoria toda.
-Enquanto esta acordada, dormindo você é sábia, velha e
muito inteligente, só não lembra, a diferença é que agora começará a saber oque
você foi para entender oque você se tornará.
Acordei, fiquei o dia todo pensando na nossa conversa,
tentei conversa com a Raikah o dia todo mas ela não me respondia, também me
lembrei que não vi a Dra. Marina, o que é estranho já que sempre a vejo. Na
noite seguinte demorei a dormir, estava ansiosa para encontrar minha mentora,
cheia de dúvidas, quando quase estava adormecendo vi uma forma pegar minha mão
e dizer “bem vinda Doutora”.
Para continuar a contar vou ter que dar uma resumida
explicação sobre frequência e apometria, imaginem ondas de rádio, frequências,
neste mundo existe várias frequências positivas e negativas, começa no 0 e vai
para +1, +2 e assim por diante ou -1, -2
e segue, nós apometras trabalhos com estalos de dedos que provocam sons
suficiente para abalar uma frequência, sempre seguidas em múltiplos de 7, ou
seja, 7 estalos, 14 estalos, 21 estalos,
depende de quanto precisamos abalar uma frequência para manipularmos, quanto
mais estalarmos mais forte será a energia que se manifestará naquela frequência
, nas frequências estão os espíritos e de acordo com sua vibração nos
conseguimos identifica-los, recebe-los, ajuda-los e, por sua vez enviá-los para
o hospital. O Hospital vibra na frequência de +14, nós seres humanos na
frequência de 0, espíritos desencarnados variam muito do estado emocional, os
seres que trabalham para Lei em parte vibram acima de +1 mas alguns que
precisam trabalhar no umbral por exemplo vibram abaixo do -1, espíritos
perdidos, estes que não sabem que morreram por exemplo, na sua maioria no -7,
mas são muitos casos, o Umbral somente para esclarecimento inicia no -1 e vai
ao -55.
Continuando o sonho, quando adormeci, estava no lado de fora
do hospital e vi várias equipes socorristas de resgate, estas lembram as nossas
ambulâncias mas cabem cerca de 20 pessoas, imaginem minha surpresa ao ver
milhares destas saindo do hospital com nossos pacientes, fiquei completamente
perplexa, imaginando onde estavam indo, quando percebi que estavam descendo.
Corri para dentro do hospital, procurei a Raikah e a Dra. Marina, nada, não
estavam lá, fui ate a entrada da ala de psicanálise, ele esta um médico chamado
Hingber. Converso as vezes com ele, ele também não estava, quando parei pra
perceber que só haviam pacientes em toda ala, os médicos haviam sumido, corri
ao próximo complexo e a mesma coisa quando estava me dirigindo a outro complexo
vi Merka na minha frente, meu mentor, de Atlântida, a muitos anos não via ele e
nunca o vi tão nitidamente,.
-Você vai ficar correndo por tudo até atestar que não há
nenhum médico nos complexos?
-Merka, quanto tempo?
-Sempre estive aqui, você que não teve sabedoria em me ver.
-E aonde estão todos? O que está acontecendo?
-Apenas pacientes e enfermeiros nos complexos nos próximos
dias, os médicos já estão no +7.
-Mas o que fazem no +7, você vai descobrir, agora repouse
está sando muito energia. Acorde.
Acordei, pensei de cara, que sonho esquisito, estou
enlouquecendo. Nas noites seguintes não fui ao hospital e na verdade não lembro
aonde fui, dormi como pedra e acordei sem lembrar. Deu-se inicio de novembro, a
ultima limpeza de 2012 estava para acontecer no dia 2, finados, eu ainda sem
respostas, continuei cheia de duvidas e sem respostas da Raikah.
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