quarta-feira, 25 de julho de 2012

Estação Central - Parte III

-Alice, você esta acordada?
- Só um instante...
-Vou espera-la no restaurante, para o café da manha.
-Ta bom, o encontro lá em alguns minutos.
Alice começou a se arrumar, olhou para fora, o sol esta pleno naquele dia, poucas nuvens, parecia um dia lindo, ela olhou em sua mala, não tinha muitas roupas, pois teve que comprar pouco já que não sabia quando iria receber sua herança.
-Será que ele vai perceber se eu usar algumas coisas que usei ontem, vai reparar?

Enquanto isso Luis a esperava no restaurante, pediu que pusesse em sua mesa uma flor. Estava ansioso, mãos tremulas, não conseguia entender o porquê de tanto nervosismo, mas uma coisa não saia de sua cabeça, de onde ele realmente a conhecia, será que era ela, não podia ser, em seus cálculos eu teria por volta de 25 ou 26 anos, Alice parece mais Jovem, mas entretanto, ela se parece um pouco, mas não podia ser, seria muita conhecidência...
-Luis? Posso sentar-me?
-Mas e claro.
Ele levantou, puxou sua cadeira para que ela pudesse sentar-se. Ela olhou a mesa, abaixou o olhar e sorriu.
-Que mesa bonita, tem ate uma flor.
-E pra você Alice, para você começar bem o dia.
Os dois se olharam por um instante, sorrira, Alice desviou o olhar e passou a observar a paisagem.
-Me diga uma coisa Alice, você já se apaixonou?
Alice levou seu olhar para longe como se recordasse de algo.
-Já, há muito tempo atrás...
-E vocês não ficaram juntos, o que aconteceu?
-E uma longa historia...
-Bom eu tenho um dia e meio dentro do trem com você gostaria de ouvir...
-Há uns 10 anos atrás, fui a capital com meu pai, meu irmão estava prestes a nascer e minha mãe corria riscos, passamos uns seis meses mais ou menos morando lá. Quando meu irmão nasceu, alguns dias depois, meu pai tinha uma festa para ir, um baile de mascaras, ele pediu que o acompanhasse, minha mãe não estava recuperada totalmente e ele precisava ir, poderia fechar um grande negocio para nossa família. Coloquei meu melhor vestido e o acompanhei.
-Então você já conhecia a capital?
-Sim... Nesta noite havia um rapaz muito bonito, era filho do dono da casa meu pai disse, vá cumprimentá-lo. Quando cheguei perto dele senti algo muito forte, não conseguia falar, ele me olhou, veio em minha direção e perguntou se eu queria dançar, foi mágico.
-Você chegou a perguntar o nome dele?
-Sim, Andre... Nunca o esqueci, depois conversamos um pouco e ele me disse que eu seria sua esposa se desejasse. Eu ri, era muito jovem pra casar e ate achei que ele estava brincando, então meu pai me chamou ele me perguntou o meu nome, antes que eu pudesse responder meu pai gritou “Vamos, sua mãe esta passando mal”. Fiquei tão apavorada que sai correndo e não disse meu nome, assim como também não tirei a minha mascara e não vi o rosto dele.
Luis saiu da mesa, Alice se assustou, foi atrás dele.
-O que ouve, eu disse algo errado?
Luis parou, limpou os olhos.
-Você esta chorando o que eu fiz, perdoe-me?
-Você não fez nada Alice, eu só preciso ficar sozinho por algum tempo.
-Tudo bem se assim desejar...
Luis virou-se e saiu Alice sem entender ficou perplexa, o que ela tinha feito errado,
-E melhor deixa-lo só. Quando ele quiser ele conversa.
Alice foi para seus aposentos e ali ficou o resto do dia e a noite. Na manha seguinte alguém bate em sua porta, ela corre pra atender.
-Luis?
-Não senhora, me chamo Francisco, vim avisa-la que em 1 hora chegamos a Estação Central, todos devem descer, se tiver outro destino poderá comprar a passagem na estação mesmo.
-Ha sim, tudo bem, vou me aprontar. Obrigada.
O senhor se afastou, ela fechou a porta e começou a guardar suas coisas. Onde estava Luis, será que ele não queria mais vê-la? Bom, a vida tinha a deixado sozinha novamente, seu novo amigo se fora, e provavelmente naquela imensa cidade não voltaria a vê-lo de novo.
Alguém bate novamente a porta.
-Eu sei em uma hora desembarcamos.
-Sou eu Alice.
-Luis?
Alice corre para abrir a porta.
-Você esta bem?
-Vim desculpar-me, posso entrar?
-Claro.
Ele entra senta-sena cama, ela o acompanha.
-Não precisa se desculpar Luis, eu não sei o que ouve, mas entendo se você não quiser falar sobre isso, eu que tenho que me desculpar...
-Não, você não tem. - Ele respirou fundo, pegou a sua mão. - Alice tem algo que desejo  lhe contar, algo muito importante.

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